20070830

Os amores da minha vida,

daqui pra frente e daqui pra trás, serão a gula e a preguiça. Se eu não entendo o que eu penso, elas entendem. E se eu me sinto sozinha, elas me fazem feliz.

falta

coerência

Ralar queijo e picar amendoim.

Foi no mesmo momento em que tranquei a porta e deixei a chave do lado de fora. Entre a fechadura e eu, estava a chave do outro lado: só eu tinha o poder de colocá-la mais seguramente à minha frente. Um sentido se fez: não haveria ninguém para me obrigar a fazer isso. Eu poderia, muito bem, deixá-la lá, para que, talvez, nos próximos instantes, alguém me trancasse ou levasse a, até então, minha chave para algum lugar distante da minha, e da chave, fechadura. Quando que eu poderia imaginar que ao colocá-la para dentro da casa, ela forçaria minha ausência de pensamento a girá-la no sentido contrário? Ela me forçaria, então, a não provocar mais sentidos pré-estabelecidos, entre a fechadura e eu.

20070829

bça bça bça

20070828

(pessoas são sempre meio-más)

Certamente,

a mãe-gorda escondia por trás de suas vivências um punhado de alívio. A chuva ainda caía, como as lembranças de um tempo bom, em gotas grandes e gordas. Aquele cheiro, tanto o da chuva quanto o da sopa que a mãe-gorda preparava, trazia a todo instantezinho uma alegria de máximo grau, estonteante, e fazia a dona-mãe chorar, de alegria, de agonia de tanta alegria. Calmamente, a mãe olhou para trás e ao invés de medo, lixos, mágoas ou porções de sujeira (as quais foram imensas, e foram), percebeu, sem intensidades demasiadas, uma vida boa (assim: simples e boa). Foi quando a chuva começou a assustá-la ao bater violentamente nos vidros da janela, chuva pesada, que lavava tudo novamente. Não poucas vezes, a mãe-gorda via a mesma chuva, lavar a mesma vida outra vez; e, nunca demais, toda tristeza de qualquer alegria que tenha, sim, sido demais, sumia... E aí, sem dúvida, calava-se num silêncio a não pensar mais sobre a vida, e passar esse tempo inteiramente a ouvir a chuva, chorar e sentir o cheiro de sua sopa, que já estava quase pronta, verde de brócolis e de tanta vida.

Amarga.

Algumas situações pedem ações cortantes;
alguns conflitos(-fechados) intranqüilam insetos passados.
Trêmula, bebo um copo cheio d'água,
água cortante e gelada.
Situação onde bebi uma des-angústia.
Des-angustiada, cortada e tranqüila.

20070827

pensamentos sobre vida

Maria Antonieta diz:
sao coisas (estranhas) da vida
Alícia cara de Patrícia diz:
só em ser viva já se desconfia que seja estranha a coisa

estrume e/ou estorvo

transbordaram tantas palavras amargas e tanto quanto, suspiros enjoativos; são todas, as palavras, indizíveis
ratatatatatatatatata

não não nãã

Pessoas cansativas não se calam nunca. Aquietei-me delas por alguns momentos. Preciso ficar sozinha, mesmo nesse meio; delas.

Atirei-me de lá e a vi, tão fácil, tão linda. Minha falta não me fará mais falta. Sempre demais, eu sumo. Aquietei-me ao jogar-me contra o espelho. A vida dói.

O que é isso? O que tanto me falta senão minha falta? Estou cheia demais. Venho me consumindo, transparente, escorrendo à vida.

20070822

Toda vez que olho para o céu, vejo o mesmo céu, mas nunca a mesma nuvem. Nuvens não se importam em ser vistas, nem sentidas. Não busco mais trazer nuvens para dentro de mim. Não fujo mais de nuvens também. As nuvens vêm, são vistas e sentidas, e passam.

tens


paixõezinhas de peixe: sanguinho rosa de morango

ENFIM. Não demore a correr, please. Vou chovendo até não restar mais doces de mim pra qualquer alguém. Minha carona eu não quero. EU NÃO QUERO, sou mimm desde que empurro o cabelo pelo braço do sofá. Quando a tua sombra me beija? Não vou me curar nunca, sou sem mais. Do fundo dos meus olhos, brilham, preciso disso. Morde e rrrrr. As coisas estão amalgamadas em penumbras e sonos e sonhos e coisas de borboleta. Pra mim isso não existe. Docinho, sou apaixonada por ti. Meu docinho, e penso, e te como, mordida a mordida me acompanha na rua, nessa música de ser bonito. Eu te quero coberto de chocolate, de brigadeiro, com cafezinho e açúcar; teu açúcar mais em mim, estou farta de saudade. E livre. Livre de ti.

Não diz nada dentro desta moldura. Sai. Sai de mim, saudade! Eu esperei má. Não estou dissss. Por toda parte, exatamente onde em tudo tocaste, tiro teu cheiro. Eu fico desess.

Foi/fui. Minha cãibra, teu cheiro. Número 3 ou 4. Eu sabia que tudo daria errado, e cá estou, contra a parede. Encrencada. Eu amo encrenquinha. Sou. Dançando quase-maluca, chorando e com medo. Comendo cheiro de tangerina. Gomo de cima pra baixo num impacto.

Deixe-me não pensar; não ver. Não existes. Eu fico bonita sem ninguém. Alfinetes vermelhos nas coisas boas, nos olhinhos. São bonitos. Acho que ele sabe; agora, outro. Peixinho me beija até eu nascer e me afogar em ti.

20070820

Faz eu ver mais uma vez que tudo não passa de qualquer coisa.
*************************, dá-le paciência.

Minha vida: meu peixinho

Peixinho: Peixinho faz biquinho, peixinho.
Eu tenho cãibra com freqüência, peixinho.
Peixinho:
Vai ser feliz, peixinho!
O hidrogênio reflete azul, sabia, peixinho?
Peixinho disse pra eu colecionar alfinete bonito vermelho.
Eu amo meu peixinho branco.
Peixinho me disse: transparente-se.
E disse ainda em seguida: sê-la!

20070817

minha névoa, hoje em vírgulas

lua fininha brilhante, vestido vermelho e chocolates, percevejo

20070814

nnnNIG

commm qu eee ú na m p sssssssss um mmeem óóória
mei q qu sssse um a a sussssssss q ueueue n ssssssssssssssss vir d cos ttttt
m snt iiiiiiiiiii pres d in ícc vv ce sa b
qq ueeeeeer enig
maa ueue

((((((((enig
maa
enig

maa((((((()(
névoas me agradam alguns bocados

-se de sonos e névoas

Quando eu penso, e só,,, em qualquer coisa que não me influencie a pensar mais (e muito menos do que pensei), eu acabo por não pensar again. Logo, eu vivo e não me penso em nada que vive. E só. Parariam SE, parariam se, pára riam-se, pariam-se. Caso, ao acaso, eu viesse a pensar novamente, pesaria-me a tua pessoa. Mas não, quase que simples, tanto faz. Quase, e sempre quase, que não sei. Sei, e simples redundante, que nada mais me é. Só sumi. Eu sumi, e simples, sempre, e quase, quase que também, denovo, de mim, de ti, de sonos e névoas.

20070809

outra lacuna, aqui

(...) aquela vez, sob uma árvore e sol, bateria e barulho. Nos óleos piscantes, enche nossa volta toda de gente. Quantas vezes olhei e não via suspeita nenhuma. Respirei alguma neblina aquele dia. Saí com uma mancha (quase-batida) linda e roxa na perna. Aquela mancha não esqueço nem que não me doesse ainda qualquer estômago. Durou muito tempo, que hoje parece pouquíssimo. Foi a minha vida de mim, carrego ainda a saudade da batida.

Uma coisa, contudo, eu entendi: as coisas não têm sentido porque não não não não não não acontecem. Se alguma coisa tivesse sentido, ela acabaria em não ser uma coisa, seria qualquer coisa que pudesse permitir "não ser". É essa coisa que "não é" (como a minha linda batida roxa) que eu quero pra mim eternamente. Enquanto ela não cai em mim, eu sou, sem sentido nenhum.